Sexta feira, 04 de outubro de 2019, o município de Barra de São Francisco-ES comemora mais um aniversário. São 76 anos de história, construída graças a coragem dos pioneiros, dos bravos guerreiros que construíram solidamente, um município forte e desenvolvido ao longo dos anos que se passaram.
Granito, agricultura e comércio representam a economia do município. Povo alegre, trabalhador e focado no progresso, define um pouco da sua história. No próximo dia 17 do corrente mês, o deputado estadual Enivaldo dos Anjos fará uma sessão solene na Assembleia Legislativa em homenagem aos 76 anos de emancipação politica do município.
A população do Espírito Santo foi estimada em 4.018.650 habitantes, conforme divulgado nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As estimativas da população para estados e municípios, com data de referência em 1º de julho, foram publicadas no “Diário Oficial da União”.
Na comparação com 2001, quando havia pouco mais de 3,1 milhões de habitantes, a população capixaba cresceu quase 30%.
A população de Barra de São Francisco foi estimada em 44.650 habitantes.
Dos 78 municípios capixabas, apenas 10 possuem população maior que 100 mil habitantes. Enquanto outros 11 cidades não têm nem 10 mil pessoas.
Um pouco da história
O desbravamento da região começou em 1927, lavradores e comerciantes vindos do estado do RJ, Sul do ES, Minas Gerais, Colatina e São Mateus em busca de terras devolutas, Madeiras e comercio em geral.
Estabelecem-se na confluência dos rios Itaúnas e São Francisco, O primeiro povoado de São Mateus em 1932 fundando Patrimônio de São Sebastião.
As primeiras casas eram de estuque, cobertas de palha de palmito e tábuas de madeira.
Em 1928 a agricultura cafeeira se expandiu com o aumento dos lavradores à procura de terras.
No ano seguinte, com a construção da ponte sobre o Rio Doce, o plantio de café foi ampliado.
A região teve um grande conflito chamado o “Contestado ou Zona Litigiosa” que começou depois que o fiscal do município mineiro de Itambacuri, Antônio Matos, publicou edital em 1937 declarando que a então região capixaba de Mantena pertencia ao Estado de Minas Gerais.
Os mineiros invadiram a área e o Governo do Espírito Santo enviou soldados para algumas regiões de Barra de São Francisco.
No ano seguinte o Governo capixaba escreveu ao presidente Getúlio Vargas reclamando da violência com que os policiais mineiros tratavam o povo da região.
Em 31 de março de 1938, torna-se sede de distrito, pela Lei nº 9. 222, com denominação de Barra de São Francisco. Durante o ano de 1940 o Serviço Geográfico do Exército realizou levantamentos na região e o laudo foi entregue ao Governo Federal.
Em 31 de outubro de 1943, pela Lei 15.177 é criado o município de Barra de São Francisco, desmembrado de São Mateus. A instalação do município ocorreu em 1 de março de 1944.
Os Estados de Minas e Espírito Santo disputaram a região por mais de 25 anos. Em 16/09/1963 os limites territoriais entre Minas e Espírito Santo foram definidos. Atualmente Mantena faz parte do Estado de Minas Gerais.
Barra de São Francisco também é conhecida como “Sentinela Capixaba”, dizeres impressos em seu Brasão, que representam valentia e bravura dos agricultores e policiais mortos em defesa do território capixaba.
Data da Emancipação Política de Barra de São Francisco: 31/12/1943, através do Decreto Lei Estadual nº 15.177. Significado do nome de Barra de São Francisco originou-se do fato de a cidade estar localizado na confluência dos rios São Francisco e Itaúnas.
Barra de São Francisco evoluiu muito desde a chegada dos seus primeiros colonos, e continua crescendo e se desenvolvendo até os dias atuais. Os mais jovens não chegaram a ver como surgiu a cidade, mais os mais antigos conhecem muito como surgiu a cidade, que hoje é conhecida como terra do granito amarelo.
Vejam através de fotos como era o centro de Barra de São Francisco na década de 1950, além da Praça já existente em 1957. À frente desses bancos na Praça (jardim), foi construída uma caixa em alvenaria, onde ficava a televisão que uma parte considerável da população da cidade saía de suas casas para curtir os programas, principalmente a novela Irmãos Coragem.
FOSSO COM A FONTE LUMINOSA
Construída e inaugurada na gestão do então prefeito Enivaldo dos Anjos, a Praça Senador Atílio Vivacqua, no centro da cidade funcionou durante o seu mandado, principalmente em datas comemorativas, inclusive com luzes coloridas e era muito lindo.
CANTINHO DO CÉU
Lembrando que em meado dos anos de 1960 o jardim já estava todo arborizado. No local onde mais ou menos estão montados os equipamentos de exercícios, naquele local havia um coqueiro dentro de um circulo, ao redor havia quatro bancos. Esse local era conhecido como cantinho do céu, era o lugar preferido dos casais mais afoitos.
LACERDINHAS
Quem visitou aquela Praça, que não passou pelo desconforto de ardência nos olhos com os ataques das conhecidas lacerdinhas. Eram insetos minúsculos que viviam em algumas árvores, e eles atacavam principalmente pessoas usando roupas claras, em especial de cor amarela.
Sr. TOTÓ
Na entrada do jardim, vindo pela antiga Casa Simões, onde é hoje a Ótica, ficava o Sr. Totó com sua pipoqueira, tenho também uma vaga lembrança que o Sr. Ciro também tinha ali o seu carrinho, esperando os casais de namorados.
TELECATCH MONTILLA.
Era um programa de luta livre, exibido aos sábados. Era líder absoluto de audiência, devido estar nascendo as transmissões televisivas ao vivo no Brasil nos anos de 1960, com a Rede Record, Tupi e Globo.
Eu só me lembro desse acontecimento já na segunda metade desta década, quando eu já estava com meus 10 a 11 anos. Era uma verdadeira competição conquistar um espaço na fileira da frente dos bancos para ver as lutas.
A exibição era em preto e branco, e muitas vezes um vento um pouco mais forte, desregulava a imagem e nós tínhamos que adivinhar o que estava acontecendo no tablado.
Eu não me lembro quantas lutas eram por cada programa. O que eu me lembro é que as meninas eram fãs do Ted Boy Marino, ele era o galã favorito delas, enquanto nós torcíamos por Verdugo e Tigre Paraguaio.
Verdugo segundo comentários lutava mascarado devido a um crime que havia cometido, já o Tigre Paraguaio lutava se arrastando pelo ringue. É engraçado lembrar que no final de cada programa saía a galera pela rua afora fazendo gestos dos golpes aplicados nas lutas.
Contudo, poucos foram os incidentes envolvendo as pessoas. Talvez você esteja perguntando uai, não havia televisores nas casas?. Claro que havia, mas naquela época era artigo de luxo e poucos podiam desfrutar desse luxo.
Alguns lutadores que eu me recordo: Ted Boy Marino, Verdugo, Rasputin Barba Vermelha era o Mongol. O Lenhador, A Múmia, e Tigre Paraguaio.
O assalto ao Banco de Brasil de Barra de São Francisco completou 28 anos na última terça-feira, 30 de abril de 2019.
A tragédia que marcou a vida dos francisquenses é lembrada até hoje com muita tristeza por muitos. 30 de abril de 1991, O dia que a cidade parou.
Nove pessoas morreram neste dia, entre eles Luciene Matos Ferreira, Brasilino Malaquias e Antônio Lopes Faustini, o Toninho Baú.
O ex-vigilante do banco, Adevanil, conhecido em Barra de São Francisco por Broa, estava no dia do assalto. Até 2015, Broa levava a vida no centro da cidade.
Em agosto deste ano ele foi encontrado morto, com o pescoço quebrado.
O nome da Vila Luciene, na saída de Barra de São Francisco para Ecoporanga, e o nome da escola Luciene Matos Ferreira, no mesmo bairro, foram uma homenagem do então prefeito Enivaldo dos Anjos, à jovem morta no assalto.
O nome da creche Brasilino Malaquias, no bairro Estrela, foi dado pelo então prefeito Enivaldo dos Anjos, em homenagem ao policial militar morto no assalto.
Em 2016, quando a tragédia completou 25 anos, o escritor francisquense Jader Pereira fez um artigo em 2016, quando a tragédia completou 25 anos.
Barra de São Francisco registra e relembra com profunda tristeza a passagem dos 25 anos do acontecimento mais trágico de sua história recente, que foi o assalto ao Banco do Brasil em 30 de Abril de 1991, que resultou em 9 mortos, tendo entre eles Luciene Matos Ferreira, Brasilino Malaquias e Antônio Lopes Faustini, o Toninho Baú, e dois feridos .
O assalto, 15 anos após outro que resultou também na morte de todos os assaltantes, foi um acontecimento funesto que abalou não só à Sentinela Capixaba mas a todo o estado, que acompanhou o desenrolar do fato pelos meios de comunicação.
Morreram, além dos cima citados, Agnaldo Santana Mota, Valmir Basílio, José Mauro dos Santos, Jonas Taquini e outros assaltantes. Foram baleados e feridos a Caixa do BB Marilúcia Barbosa da Silva e o Gerente José Leopoldo da Silva Neves.
De forma trágica, mas contundente, a comunidade francisquense mostrou a meliantes que qualquer ação nessa direção jamais irá lograr êxito, pois tanto a população local, quanto os órgãos de segurança mantém na cidade e região, um forte e eficiente serviço de proteção às suas instituições, patrimônio e cidadão.