O MP denunciou nesta terça-feira Fabio Schvartsman, ex-presidente da Vale, mais 15 pessoas e as empresas Vale e TÜV SÜD pelo crime de homicídio doloso, aquele em que há a intenção de matar.
A força-tarefa que investiga o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho distribuiu a denúncia para a Justiça ainda nesta manhã. O Ministério Público afirma que a ocultação de informações sobre barragens acontece desde novembro de 2017. “Se utilizaram da empresa para promover uma gestão de riscos opaca”, disse o promotor.
Para a força-tarefa havia uma “caixa-preta” na Vale que omitia o real risco de algumas de suas estruturas. “Depois do rompimento da B1, diversas medidas se seguiram notadamente nas comarcas de Cocais, Mariana, Itabirito, Nova Lima, Ouro Preto, Sabará, direta ou indiretamente com que já se reconhecia internamente pela Vale em conluio com a TUV”, falou o promotor. A Vale possui barragens nestas cidades com níveis de alerta que vão do 1 ao 3.
A barragem I da Mina do Córrego do Feijão se rompeu quase um ano atrás, no dia 25 de janeiro de 2019, deixando 270 vítimas. Destas, 259 foram identificadas pela Polícia Civil de Minas Gerais. Os bombeiros procuram 11 desaparecidos, na maior operação de buscas do país.
Em nota, a TÜV SÜD disse que está oferecendo “cooperação às autoridades e instituições no Brasil e na Alemanha no contexto das investigações em andamento” (Leia a nota na íntegra no final desta reportagem).
A Vale disse em nota que é “prematuro apontar assunção de risco consciente para provocar uma deliberada ruptura da barragem” (Leia a nota na íntegra no final desta reportagem).
As defesas dos denunciados também foi procurada. Os advogados do ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disseram que a denúncia contra ele é injusta. (Leia a nota na íntegra no final desta reportagem).