Por Eliana Gorritti, TV Gazeta
Sete pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no crime que resultou no desaparecimento e morte do motorista de aplicativo Aldo Souza dos Reis, no dia 7 de junho. Uma delas foi pega em um ônibus no estado do Tocantins, nesta terça-feira (25), com destino ao Pará. O caso é investigado como latrocínio pela Polícia Civil.
Aldo Souza dos Reis foi visto pela última vez depois de aceitar uma corrida entre as cidades de Serra e Vila Velha, no dia 7 de junho. Três dias depois, o carro em que ele trabalhava foi encontrado queimado no bairro Vista Linda, em Cariacica. O corpo dele foi encontrado no dia 16 de junho, em uma estrada isolada em Viana.
Aldo desapareceu no dia 7 de junho ao fazer uma corrida — Foto: Reprodução/ TV Gazeta
Os suspeitos são: Wagner Schmidt da Costa, Rodrigo Marques Soares, Everson Silva Gomes, Jaimerson Santos da Costa e os três adolescentes.
O delegado da DFRV, João Paulo Pinto, explicou que já tinham entrado em contato com empresas de transporte terrestre e aéreo para localizar os suspeitos que tentassem sair do estado.
“A gente diligenciou em todas as empresas de transportes tanto aéreas quanto terrestres e conseguimos localizá-lo no interior desse ônibus já na fronteira do Tocantins. A Polícia Federal abordou o ônibus e efetuou a prisão”, contou.
Como aconteceu o crime
As investigações da Divisão de Furtos e Roubos de Veículos mostraram que os executores do crime ordenaram que os adolescentes chamassem o motorista via aplicativo de transporte de passageiros.
Depois, eles seguiram com o Aldo até uma área de mata onde os assassinos já o esperavam. A vítima foi levada para um local ermo, onde foi amarrada com cordas e arame farpado e morta a pauladas.
“Eles direcionaram o caminho que ele deveria seguir até o ponto de parada onde os outro quatro maiores de idade estavam aguardando em uma área de mata. No momento que ele desceu para ir no porta-malas buscar uma mala que uma das adolescentes colocou lá para obrigá-lo a descer, ele foi rendidos por esses elementos, amarrado e colocado no interior do veículo. E eles saíram para terminar de executar o crime”, explicou o delegado João Paulo.
No dia seguinte, dois suspeitos cortaram os dedos da vítima para dificultar a identificação do corpo, e a enterraram.
Após o crime, a polícia intensificou as investigações e operações no bairro Vista Linda, em Cariacica. Incomodados com a presença da polícia na região, traficantes obrigaram os suspeitos a incendiarem o veículo e a desenterrarem o corpo de Aldo.
“Os traficantes obrigaram que um deles desenterrasse o corpo e colocassem o corpo na beira da estrada para que o corpo fosse logo encontrado e a polícia parasse de circular no bairro, porque isso estaria atrapalhando o tráfico de drogas”, explicou o delegado.
O corpo foi encontrado no dia 16 de junho, em uma estrada isolada em Viana. A família reconheceu Aldo pelas tatuagens. Um exame de DNA também foi feito para confirmar a identidade da vítima, mas o resultado ainda não foi divulgado.
Prisões
De acordo com a polícia, o primeiro envolvido foi preso no domingo (23). Wagner era foragido do sistema prisional. Nesta terça-feira (25), foram presos Rodrigo, Everson e os adolescentes, em uma operação.
Na noite de terça, foi preso Jaimerson, pela Polícia Rodoviária Federal de Tocantins. Os policiais checavam as bagagens e os documentos pessoais dos passageiros quando perceberam que havia um mandado de prisão em aberto contra Jaimerson.
Ele saiu de Cariacica, na Grande Vitória, e pretendia chegar a Marabá, no Pará. Aos policiais, ele confessou participação no roubo do carro do motorista, mas negou participação no assassinato. Ele disse que o crime foi praticado por um cúmplice dele.
“Eles queriam o carro para cometer outros assaltos. Minha participação foi só essa: pegar o carro e entregar o carro. Não tive acesso a mais nada”, contou.